Caso a ADIN venha a ser aceita pelos desembargadores do TJ- atualmente corre prazo para a manifestação da Procuradoria Geral de Justiça do Estado-, a Emenda à Lei Orgânica poderá ser considerada, pela segunda vez, nula de pleno direito. Com isso, apenas 13 vereadores poderiam ser empossados no dia 1º de janeiro de 2013.
Os vereadores disputaram uma eleição e venceram pelas regras impostas pelo TRE. Mesmo assim podem não ser empossados se houver uma decisão judicial favorável pela permanência de 13 vereadores.
POR QUE ESCREVO?
Às vezes me pergunto por que escrevo. Por que escrevi meus livros, por que mantenho meu blog, por que escrevo esta coluna.
Por
que me exponho em um mundo que duvido que possa ver mudar, para pessoas
que tenho certeza que antes criticarão, para leitores que imaginarão
uma motivação vil que eu mesmo desconheço?
Realmente
não sei por que escrevo, mas acho que tem a ver com algo inexplicável
da alma, com uma necessidade indizível de comprometer-me sem
necessidade, com algo que ainda está por vir, com a inexprimível vontade
de ser útil e a vergonha inefável de fracassar nesta existência.
Não
sei por que escrevo, mas tenho uma obrigação interior de mexer com um
mundo que não alcanço, de conversar com pessoas que não consigo atingir,
de expressar uma liberdade que não existe em espírito algum. Acho que
escrever não tem a ver com mudar o mundo, mas está longe de uma vaidade
interior ou intelectual.
Escrever
traz mais exposição do que glória, traz mais dissabores do que
contatos, arrebanha mais críticos do que admiradores. O que me faz
continuar escrevendo? E mais do que isso – ainda que tenha diminuído,
diga-se de passagem, ao ponto de quase parar –, o que me faz proferir
palestras? Com quem eu converso em minhas palestras? Quem pode me ouvir?
Por
que eu falo tanto se duvido de mim mesmo? Se minhas convicções são
suaves, parcas, sempre temporárias? Às vezes não entendo o porquê, mas
quando vejo já estou fazendo, aceitando, discutindo, me expondo. Será
tão somente vaidade e arrogância?
Talvez
seja apenas isso, mas por que não me satisfaço com o orgulho de tudo
que já tenho? Já me perguntei isso antes, mas agora é mais específico.
Questiono a exposição, o tempo que deixo passar escrevendo, as minhas
ideias que trago ao palco, quando bastaria não trazer. Subir ao palco
com dúvidas não tem sentido, expô-las menos ainda.
Se
fosse vaidade e orgulho, eu teria que me satisfazer, sentir prazer,
sentir-me superior. Mas resta a dúvida de perder os finais de semana com
algo que ainda não descobri o motivo, a razão ou a causa. Sei que me
exponho, apresentando um teatro de ideias que pouco me convencem.
RAFAEL F. Vianna
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