Número de cargos em comissão é resultado de apoios eleitorais
Especialistas dizem que o alto número dos comissionados na
administração pública é resultado dos apoios políticos e troca de
favores durante o processo eleitoral. O cientista político Elve Cenci,
da Universidade Estadual de Londrina (UEL), revela que a tendência do
profissional que ocupa um cargo comissionado é trabalhar para o padrinho
político que o contratou. “Isso fere o caráter público do exercício da
função. Como consequência, o funcionário trabalha para atender àquele
político e não para uma política pública que deveria ser contínua, além
do período do mandato.”
De acordo com Cenci, em cidades onde há uma cultura política mais
forte existe a tendência de que os cargos comissionados sejam mais
enxutos e tecnicistas. “Em Londrina, por exemplo, depois de tantos anos
de crise política, temos agora um governo que não abriu espaço para
indicação política. Isso é reflexo de uma sociedade mais vigilante e que
cobra mais.”
Alerta
Porém, Benilson Porinelli, professor do Núcleo de Políticas
Públicas da UEL, alerta que isso não significa necessariamente um
inchaço da máquina pública. “Existem serviços, como a saúde, por
exemplo, que precisam de um quadro grande de funcionários”, avalia.
Para ele, é preciso que se analise não apenas o número de servidores,
mas a qualidade do serviço prestado. “Mas eu acho que essa fiscalização
pública ainda é feita de uma forma muito amadora no nosso país, o que
dá brecha para situações políticas questionáveis.”
Fonte: Gazeta do Povo.
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